Haikais... ou quase...

\\Não sei fazer "haikais" (haikus ou haicais, como preferirem). Cheguei a essa conclusão trabalhando esses três poemas, abaixo, que - apesar de ter influências da poesia sino-japonesa -, não são "haikais", legitimamente. Porém, tentar trabalhar um instante, uma momento natural, numa forma tão condensada, me fez refletir o quanto é instável a perfeição e a busca pela iluminação. E, mais, se é difícil tal tarefa nas palavras, quanto mais na vida. Persistência, diciplina, carinho, concentração e clareza de pensamentos, sentidos atentos, também, são ferramentas indispensáveis. Às vezes, o que atrapalha é pensar.
Esta é uma homenagem a uma pessoa que está sempre no meu coração, espero que estes instantes também te iluminem.//

= § =
Resta um remo apenas,
Rema nesta tempestade:
Remar ao mar acalma.


Nave, em mar atroz,
Nada como peixe fugido:
Namorando as sombras.

Talhando a madeira,
Tangendo o intangível:
Tateia uma forma.


[Conrad Pichler, Julho de 2006]

2 comentários:

Rafael "Lupo" Monteiro disse...

Acabou a série de Blues? Confesso que não gostei muito do segundo texto... Acho que a letra da música e o texto não combinaram muito!

Um abraço!

Conrad Pichler disse...

Não acabou, não.
A música poderia ser uma trilha sonora (que como na vida a gente não escolhe), ou apenas o deflagrador de algum sentido... de toda forma, eu também não fiquei muito feliz com o resultado final, quem sabe numa segunda versão? ;)

Abraço!
Conrad